terça-feira, 20 de setembro de 2011

PERDÃO DAS OFENSAS.

          Perdoar aos inimigos é pedir perdão para si mesmo; perdoar aos amigos é dar--lhes uma prova de amizade; perdoar as ofensas é mostrar que se está tornando melhor.
          Perdoar, pois, para que Deus nos perdoe, porque se formos duros, exigentes, inflexiveis, se tivermos rigor mesmo com uma ofensa leve, como queremos que Deus esqueça que, a cada dia, temos mais necessidade de indulgência?
         Infeliz de quem diz: "Eu não perdoarei jamais", pois pronuncia sua própria condenação. E além disso, quem sabe se, indo ao fundo dele mesmo, não verá que foi ele o agressor? Quem sabe de uma palavra ofensiva não nos escapou? Por isso, esta é mais uma razão para que nos tornemos indulgêntes para com nosso próximo.
         Há duas maneiras bem diferentes de perdoar: há o perdão dos lábios e o perdão do coração. Muitas pessoas dizem de seu adversário: "Eu lhe perdôo", porém experimentam interiormente um secreto prazer com o mal que acontece a ele, dizendo consigo mesmo que ele teve o que mereceu. Quantas as que dizem: "Eu perdôo", e que acrescentam: "mas nunca me reconciliarei; não quero mais vê-lo pelo resto da vida". É este o perdão do Evangelho? Não, o verdadeiro perdão é aquele que deita um véu sobre o passado; é o único que contará a nosso favor, pois Deus não se contenta com a aparência. Ele sonda o fundo dos corações e os mais secretos pensamentos. Perante Ele não é possível fingir através de palavras e simulacros.
         O esquecimento completo e absoluto das ofensas é próprio das grandes almas. O rancor é sempre sinal de aviltamento e inferioridade.
         Não nos esqueçamos que o verdadeiro perdão se reconhece antes pelos atos que pelas palavras.

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