sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Texto de Augusto Cury


          PENSAR ANTES DE REAGIR



         Se vivermos debaixo da ditadura da resposta, da necessidade compulsiva de reagir
quando pressionados, cometeremos erros, alguns muito graves. Vivemos em uma sociedade barulhenta, que frequentemente detesta o silêncio. Cada vez mais as pessoas estão perdendo o prazer de silenciar, se interiorizar, refletir, meditar.
         O dito popular de contar até dez antes de reagir é imaturo, não funciona. O que resolve é o silêncio filosófico. O silêncio não é se agüentar para não explodir, o silencio é o respeito pela própria inteligência. É o respeito pela própria liberdade, a liberdade de se obrigar a reagir em situações estressantes. Quem faz a oração dos sábios não é escravo do binômio do bateu-levou.
         Quem bate no peito e diz que não leva desaforo para casa, não decifrou o código de pensar nas conseqüências de seus atos. Quem se orgulha que vomita para fora tudo o que pensa, machuca quem mais deveria ser amado. Não decifrou a linguagem do autocontrole.
         Precisamos do tempero do silencio para preparar o molho da tolerância.
         O silencio e a tolerância são o vinho dos fortes, a reação impulsiva é a embriaguez dos fracos.
         O silencio e a tolerância são as armas de quem pensa, a reação  instintiva é a arma de quem não pensa. É muito melhor ser lento no pensar do que rápido em machucar. ( A. Cury – O código da inteligência)

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

CULPA

Culpa



           “Quem não tiver pecado, que atire a primeira pedra”.
            Quando acusamos alguém de ser o culpado, às vezes, o que procuramos é anestesiar a própria consciência, com uma divisão de culpa e nem paramos pelo menos durante alguns segundos, para tentar imaginar o que levou aquela pessoa a agir daquela forma.
           E quando nos sentimos culpados?
           Várias vezes nós assumimos uma culpa, para que possamos nos sentir vítimas.
           Outras vezes usamos o sentimento de culpa para obrigar as pessoas a agirem de determinada forma, e isso ocorre principalmente nas religiões. O que acaba criando um Deus terrível e vingador. E Deus não é para ser temido, mas amado!
           Outras vezes ainda, damos uma de super heróis e achamos que resolveremos tudo. Quando não acontece, sentimo-nos culpados e o pior, não deixamos que aquelas pessoas que nos cercam aprendam a pescar. Nós já damos o peixe pronto para comer e quando falta não precisamos nem ser cobrados, pois nós mesmos já nos sentimos culpados.
           O problema mais sério no que se refere à culpa é quando tornamos a nossa vida um rosário de eternas lamentações. Para não cansar os ouvidos dos que nos ouvem reclamar, acrescentamos a essas reclamações: eu fui o culpado! Se eu não tivesse agido assim ou assado... e isso resolve?
           A culpa, meus amigos, sempre acompanha o culpado. Aonde quer que a gente vá, ela estará ao nosso lado, mesmo que de forma inconsciente.
           Sentir-se culpado e declarar aos quatro ventos, que é culpado não resolve absolutamente nada!
           Ficar se punindo do que fez ou deixou de fazer no passado, entre outras coisas é pura burrice! O passado é passado. O hoje se chama presente, porque é uma dádiva de Deus estar aqui, agora, vivos e tendo oportunidade de consertar possíveis erros.
           Se queremos nos livrar da velha culpa que está a nos acompanhar, não será dividindo-a com os outros nem jogando-a por inteiro em alguém. Só há uma forma: encarando–a e tentando reparar aquilo que pode e deve ser reparado.
           Se não há mais qualquer possibilidade de reparação, então reparado está! Pois “a cada um, será dado segundo suas obras”.
           Queremos nos libertar da culpa? Façamos isso agora. Caso contrário ela nos acompanhará além túmulo, pois sairemos do corpo, mas não sairemos da vida.
               Aguinaldo Cardoso. (Matando a Morte



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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

A CARIDADE NECESSÁRIA

       Ainda que eu falasse todas as línguas dos homens, e mesmo a dos anjos, mas não tivesse caridade, não seria mais que um bronze que soa.
       E se eu tivesse o dom de profecia, e penetrasse todos os mistérios, e tivesse uma ciência perfeita de todas as coisas; ainda que tivesse toda a fé possível, a ponto de transportar montanhas, se não tivesse caridade, eu nada seria.
       E se eu distribuisse todos os meus bens para alimentar os pobres, e entregasse meu corpo para ser queimado, se não tivesse caridade, tudo isso de nada me serviria.
       A Caridade é paciente; é doce e benfazeja. A caridade não é invejosa; não é temerária e precipitada; não se enche de orgulho; não é desdenhosa, não busca seus próprios interesses; não se gaba e não se irrita com nada. Ela tudo suporta, em tudo crê, tudo espera, tudo sofre.
       Permanecem hoje estas três virtudes: a fé, a esperança e a caridade. Mas a maior delas é a caridade.
       São Paulo compreendeu de tal forma essa grande verdade, que disse o que está citado acima.
       Assim, ele inequivocamente coloca a caridade acima até mesmo da fé. Porque a caridade está ao alcance de todos, do ignorante e do sábio, do rico e do pobre, e é independente de qualquer crença particular.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

A VINGANÇA

                 A vingança é um dos últimos vestígios deixados pelos costumes bárbaros que tendem a apagar-se entre os homens. Ela é, como o duelo, um dos últimos traços desses costumes selvagens sob os quais a humanidade se debatia no começo da era cristã.
                      Por isso a vingança é um indício seguro do estado atrasado dos homens que a ela se entregam.
                Por tanto, esse sentimento nunca deve fazer vibrar o coração de qualquer um que se diga cristão.
                A vingança é uma inspiração tão funesta que a falsidade e a baixeza são suas companheiras assíduas. Com efeito, aquele que se entrega a essa fatal e cega paixão quase nunca se vinga a céu aberto.
                Abaixo, pois, a esses costumes selvagens! Abaixo esses modos de um outro tempo!