sábado, 11 de fevereiro de 2012

O DUELO - (Continuação)

      O homem do mundo, o homem feliz, que, por uma palavra ofensiva, uma causa leve, joga com sua vida, que lhe vem de Deus, e joga com a vida de seu semelhante, que só a Deus pertence, esse homem é cem vezes mais culpado que o miserável que, levado pela cupidez, e às vezes pela necessidade, introduz-se numa morada para nela roubar o que cobiça, matando aqueles que se opõe à sua intenção. Este último é quase sempre um homem sem educação, que não tem senão noções imperfeitas do bem e do mal, enquanto que o duelista quase sempre pertence à classe mais esclarecida. Um mata brutalmente, o outro com método e polidez, o que faz com que a sociedade o desculpe.
     O duelista não tem por desculpa o arrebatamento da paixão, pois entre o insulto e a reparação sempre há tempo para refletir. Portanto, ele age fria e premeditadamente; tudo é calculado e estudado para matar mais seguramente seu adversário.
     O duelo, resto dos tempos de barbárie nos quais o direito do mais forte era a lei, desaparecerá com uma apreciação mais sadia da verdadeira questão de honra,e a medida que o homem tiver uma fé mais viva na vida futura.

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