quarta-feira, 24 de agosto de 2011

A AFABILIDADE E A DOÇURA

        A benevolência para com seus semelhantes, fruto do amor ao próximo, pruduz a afabilidade e a doçura, que são sua manifestação. Entretanto, é preciso não confiar sempre nas aparências.
       A educação e os costumes do mundo podem dar o veniz dessas qualidades. Quantos há cuja fingida bondade é apenas uma máscara exterior, uma veste cujo corte calculado dissimula as deformidades ocultas!
       O mundo está cheio dessas pessoas que têm sorriso nos lábios e veneno no coração; que são dóceis desde que nada as ofenda, mas que mordem à menor contrariedade; cuja língua dourada, quando falam frente-à-frente, se transforma em dardo envenenado quando falam por trás.
       A essa classe pertencem ainda os homens que, benignos por fora, em casa são tiranos domésticos, fazendo sofrer sua família e seus subordinados. Sua vaidade se satisfaz em poder dizer: "Aqui eu mando e sou obedecido", sem pensar que lhe poderiam acrescentar, com mais razão: "E sou detestado".
      Não basta que dos lábios escorram leite e mel; se o coração for alheio a isso será hipocrisia.
      Aquele cuja afabilidade e doçura não são fingidas nunca é desmentida. Ele é o mesmo para o mundo e na intimidade. Sabe que é possível enganar os homens pelas aparências, mas não se engana a Deus.

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