Quando a morte vem, levando sem distinção, jovens antes de velhos, muitas vezes dizemos: Deus não é justo, já que sacrifica o que é forte para conservar os que viveram longos anos. Já que leva os que são úteis, e deixa os que não servem mais. Já que parte o coração de um mãe, privando-a da inocente criatura que fazia toda sua alegria.
Mas é aí que temos necessidade de elevar-nos acima do terra-terra da vida, para compreender que o bem está muitas vezes onde cremos ver o mal, e a sábia previdência onde cremos ver a cega fatalidade do destino.
Por que medir a justiça divina pelo valor na nossa? É possível pensar que o Senhor dos mundos deseja, por simples capricho, infligir-nos penas cruéis?
Nada se faz sem um ojetivo inteligente, e, haja o que houver, cada coisa tem sua razão de ser. Se investigássemos melhor todas as dores que nos atingem, delas sempre encontraríamos a razão divina, razão regeneradora e nossos miseráveis interesses seriam uma consideração secundária.
A morte é preferível, em uma encarnação de vinte anos, a esses desregramentos vergonhosos que desolam as familias honradas, partem o coração de uma mãe, e fazem, antes do tempo, embranquecer os cabelos dos pais.
A morte prematura muitas vezes é um grande benefício que Deus concede àquele que se vai, e assim se preserva das misérias da vida, ou das seduções que lhe poderiam ter arrastado à perda.
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