quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

CULPA

Culpa



           “Quem não tiver pecado, que atire a primeira pedra”.
            Quando acusamos alguém de ser o culpado, às vezes, o que procuramos é anestesiar a própria consciência, com uma divisão de culpa e nem paramos pelo menos durante alguns segundos, para tentar imaginar o que levou aquela pessoa a agir daquela forma.
           E quando nos sentimos culpados?
           Várias vezes nós assumimos uma culpa, para que possamos nos sentir vítimas.
           Outras vezes usamos o sentimento de culpa para obrigar as pessoas a agirem de determinada forma, e isso ocorre principalmente nas religiões. O que acaba criando um Deus terrível e vingador. E Deus não é para ser temido, mas amado!
           Outras vezes ainda, damos uma de super heróis e achamos que resolveremos tudo. Quando não acontece, sentimo-nos culpados e o pior, não deixamos que aquelas pessoas que nos cercam aprendam a pescar. Nós já damos o peixe pronto para comer e quando falta não precisamos nem ser cobrados, pois nós mesmos já nos sentimos culpados.
           O problema mais sério no que se refere à culpa é quando tornamos a nossa vida um rosário de eternas lamentações. Para não cansar os ouvidos dos que nos ouvem reclamar, acrescentamos a essas reclamações: eu fui o culpado! Se eu não tivesse agido assim ou assado... e isso resolve?
           A culpa, meus amigos, sempre acompanha o culpado. Aonde quer que a gente vá, ela estará ao nosso lado, mesmo que de forma inconsciente.
           Sentir-se culpado e declarar aos quatro ventos, que é culpado não resolve absolutamente nada!
           Ficar se punindo do que fez ou deixou de fazer no passado, entre outras coisas é pura burrice! O passado é passado. O hoje se chama presente, porque é uma dádiva de Deus estar aqui, agora, vivos e tendo oportunidade de consertar possíveis erros.
           Se queremos nos livrar da velha culpa que está a nos acompanhar, não será dividindo-a com os outros nem jogando-a por inteiro em alguém. Só há uma forma: encarando–a e tentando reparar aquilo que pode e deve ser reparado.
           Se não há mais qualquer possibilidade de reparação, então reparado está! Pois “a cada um, será dado segundo suas obras”.
           Queremos nos libertar da culpa? Façamos isso agora. Caso contrário ela nos acompanhará além túmulo, pois sairemos do corpo, mas não sairemos da vida.
               Aguinaldo Cardoso. (Matando a Morte



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