segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

O DUELO

           Só é verdadeiramente grande aquele que, considerando a vida como uma viagem que deve conduzi-lo a um fim, faz pouco caso das asperezas do caminho. Não se desvia um só instante do caminho reto; o olhar sempre dirigido ao termo, pouco lhe importa que as sarças e os espinhos da senda ameacem causar-lhe arranhaduras; roçariam nele sem atingi-lo, e nem por isso ele deixaria de prosseguir seu curso.
          Expor seus dias para vingar-se de uma injúria é recuar diante das provas da vida; é sempre um crime aos olhos de Deus; e se não fossemos enganados por nossos preconceitos, vingar-se seria uma ridícula e suprema loucura aos olhos de homem.
         Ninguém tem o direito, em caso algum, de atentar contra a vida de seu semelhante; sempre será crime aos olhos de Deus, que nos traçou uma linha de conduta.
        Enquanto uma gota de sangue humano correr na terra pela mão do homem, o verdadeiro reino de Deus ainda não terá chegado, este reino de pacificação e de amor que deve banir para sempre a animosidade, a discórdia e a guerra. Então a palavra duelo não mais existirá, senão como uma distante e vaga lembrança de um passado que não existe mais. Os homens não conhecerão entre si outro antagonismo senão a nobre revalidade do bem.

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