Se o perdão ao outro é importante, o perdão a si memo é essencial no processo evolutivo.
O aprendizado na vida está estruturado em erros e acertos, e não há quem não se equivoque, ferindo a si mesmo ou ao próximo, em atitude de desamor, ignorância, crueldade ou sem intenção, por não perceber a profundidade das consequências de suas escolhas.
Autoperdão é a manifestação do autoamor, de uma estima profunda por si mesmo, que é construida na experiência com Deus e com o amor. O ser humano torna-se semelhante ao deus de suas crenças, assim como as crianças assumem personalidade que espelha as personalidades.
Os ocidentais trazem na intimidade a imagem do deus vingativo e cruel, o Jeová Jiré dos exércitos, poderoso, que pune, castiga, separa. Nesse contexto, o ser acaba adotando consigo mesmo um padrão comportamental semelhante, sendo severo em excesso, não se permitindo o recomeço diante das quedas e determinando a autopunição diante dos erros.
A reparação das faltas se opera na realização do bem a todos os envolvidos na falta, sobretudo a si memo.
Autoperdão, com a consequente reparação, não significa apenas a fala interior de afirmação da sua humanidade, da sua possibilidade de equilíbrio, mas uma atitude segura de amor-próprio que busca os recursos e instrumentos para sanar os danos promovidos em si ou no próximo, para o estabelecimento da paz na consciência e nas relações.
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