Diante da realidade do sofrimento, das decepções ou das desilusões, o ser tem, muitas vezes, o comportamento amargo da revolta e da incompreensão. A dor bate às portas do seu vizinho e ele diz, inconsequente: "fulano não merece sofrer".
E a vida, no entanto, em sua sábia capacidade de ensinar, segue no silêncio sua rota, até encontrar o instante preciso em que o ser pode ouvi-la em sua profundidade. Aí, ante o cansaço que dele tomou conta, a vida conduz a alma a apreciações distantes, levando-a a ver o que não enxergava, a compreender o que não entendia, a aceitar o que lhe provocava revolta e amargura.
O mundo assim caminhou, entre provações e desencantos, domando civilizações e encarcerando mil almas a cada segundo, chegando ao porto da razão, onde penetrou os mistérios, insondáveis da vida e da morte para dizer a cada um que a dor não só tem uma razão, como também, teve uma aceitação prévia para aqueles que já conseguiram levantar a cabeça acima da lama. É o ser diante de seu próprio progresso, na liberdade indestrutível de agendar o futuro, mediante o uso do bom sendo que tanto lhe custou.
É a alma dizendo a si mesma que a vida lhe pertence e que, para aprimorá-la incessantemente, necessita do cinzel modelador, a eliminar cada um dos excessos que o egoísmo, no tempo, agregou-lhe à moldura.
(Mensagens de saúde espiritual - Wilson Garcia)
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