O próprio instinto de conservação, que é uma lei da natureza, diz que não é preciso estender benevolentemente o pescoço ao assassino. Jesus não proibiu defesa, mas condenou a vingança.
Dizer que se ofereça uma face quando a outra foi ferida é dizer, de uma outra forma, que não é preciso devolver o mal pelo mal; que o homem deve aceitar com humildade tudo o que pode rebaixar seu orgulho; que é mais glorioso para ele ser ferido que ferir, suportar pacientemente uma injustiça que cometer, ele próprio, outra injustiça; que é melhor ser enganado que enganar, ser arruinado que arruinar os outros.
É também, ao mesmo tempo, a condenação do duelo, que não é outra coisa senão uma manifestação do orgulho.
Só pela fé na vida futura e na justiça de Deus, que nunca deixa o mau impune, pode dar força para que se suportem pacientemente os golpes contra nossos intereses e nosso amor próprio. Por isso dizemos sem cessar: Dirigi vossos olhares para frente; quanto mais vos elevardes, pelo pensamento, acima da vida material, menos sereis ofendidos pelas coisas da terra.
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